sexta-feira, 15 de maio de 2009

Palavras perdidas na escuridão

Debaixo de lençóis de emoções
Enrolamo-nos mutuamente
Ondulando periodicamente
Estimulação do corpo e da mente
Como orações de multidões
Correndo para trás e para a frente

Desejos camuflados por luz apagada
Gemidos abafados na noite gelada
Pele quente suave molhada

Ascensão ao abismo de memórias
Vultos passados
Cheiros antigos
Sentimentos perdidos
Runas gravadas em símbolos de vertigem

Portas abertas que libertam
Criaturas aladas
Que observam pasmadas
Notas repetidas
Erros reincidentes

Melodia suave que ensurdece
Folga desaparecida
A cunha ainda aquece
Sem lugar nos limites onde se envelhece

Tranquilidade da falsa reciprocidade
Consumação do impalpável
Onde não há vaidade
Acto censurável
Todos dão tudo
Mesmo que não dêem nada

Aqui onde os corpos se fundem
Lobos ouvem-se a uivar
Corações com força a pulsar

Não há matéria

Calor escorre pela garganta
Espasmos de volatilidade

Palavras perdidas na escuridão
Para sempre no coração

Num abraço de mútua compreensão
Fecham-se os olhos
Acende-se a luz para uma nova dimensão

Negro
Claro
Presos

Certeza de um sentimento que se sabe a si como incerto

3 comentários:

  1. Parabéns!!!
    E bem vindo, o meu mais novo colaborador!!! Espero ver aqui mais textos teus!

    :P

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  2. Sim senhora senhor Colaço, ainda bem que não o queimou.
    Gostei especialmente do ritmo do poema no início.
    Venham mais!

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  3. mas qe palavras, qe intensidade! perfeitos textos. *

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